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Dólar a R$ 5,58: Petróleo em Alta e Ata do FED Ditam o Ritmo do Câmbio
Resumo:Nesta segunda-feira, 29 de dezembro de 2025, o mercado financeiro brasileiro inicia a última semana do ano com movimentos característicos do período: volatilidade amplificada e liquidez reduzida. O dólar comercial opera em nítida alta, rompendo a barreira psicológica dos R$ 5,56 e chegando a tocar os R$ 5,58, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, cede terreno, refletindo um misto de cautela global e ajustes técnicos domésticos. O cenário é influenciado por uma confluência de fatores: a tensão geopolítica que impulsiona commodities como o petróleo, a expectativa em torno da ata do Federal Reserve (Fed) e a agenda econômica doméstica, que ainda traz dados sensíveis sobre emprego e contas públicas. Este artigo analisa em profundidade os vetores por trás da cotação da moeda americana, as projeções embutidas nos preços e os riscos que permeiam o fechamento de 2025 e o início de 2026.

Publicado em 29/12/2025
Nesta segunda-feira, 29 de dezembro de 2025, o mercado financeiro brasileiro inicia a última semana do ano com movimentos característicos do período: volatilidade amplificada e liquidez reduzida. O dólar comercial opera em nítida alta, rompendo a barreira psicológica dos R$ 5,56 e chegando a tocar os R$ 5,58, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, cede terreno, refletindo um misto de cautela global e ajustes técnicos domésticos. O cenário é influenciado por uma confluência de fatores: a tensão geopolítica que impulsiona commodities como o petróleo, a expectativa em torno da ata do Federal Reserve (Fed) e a agenda econômica doméstica, que ainda traz dados sensíveis sobre emprego e contas públicas. Este artigo analisa em profundidade os vetores por trás da cotação da moeda americana, as projeções embutidas nos preços e os riscos que permeiam o fechamento de 2025 e o início de 2026.
O Cenário Imediato: Alta Do Dólar E Queda Do Ibovespa
Por volta das 13h desta segunda-feira, o dólar registrava uma valorização de 0,42%, sendo cotado a R$ 5,5655. O movimento de alta é consistente com a sessão anterior, na sexta-feira (26), quando a moeda fechou em R$ 5,5439, com alta de 0,41%. O acumulado do mês de dezembro já alcança uma expressiva alta de 3,91%, apesar de o acumulado do ano ainda permanecer em queda de 10,29%. Esse movimento de final de ano sugere uma pressão compradora sobre a divisa, potencialmente motivada por ajustes de portfólio, hedge contra a volatilidade e o ambiente de liquidez comprometida típico das festas.
Em contrapartida, o Ibovespa apresentava desempenho negativo, caindo 0,48% aos 160.125 pontos. O índice, que teve um ano excepcional com alta acumulada de 33,76%, demonstra fadiga em seus níveis máximos, especialmente diante da perda de fôlego das ações de tecnologia nos Estados Unidos e do cenário de cautela predominante. Fernando Bergallo, diretor da FB Capital, resume bem o ambiente: “O mercado está com a liquidez comprometida. O ambiente nestes três dias vai ser favorável a volatilidade por conta disso”. A combinação de pouco volume com eventuais notícias pode, de fato, gerar oscilações exageradas nos preços.
Os Vetores Externos: Geopolítica, Petróleo E A Sombra Do Fed
O cenário internacional nesta última semana de 2025 é dominado por três grandes temas, todos com impacto direto no câmbio e no apetite a risco dos investidores.
Em primeiro lugar, a geopolítica segue no centro das atenções. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar “muito perto” de fechar um plano de paz para a Ucrânia, embora as negociações permaneçam travadas em pontos sensíveis, como o prazo das garantias de segurança à Ucrânia (15 anos, conforme oferta americana, contra 50 anos pedidos por Zelensky). Esse noticiário, paradoxalmente, gera efeitos contraditórios: de um lado, alimenta esperanças de uma desescalada do conflito; de outro, causa impacto setorial imediato, com quedas em ações do setor de defesa e aeroespacial nas bolsas europeias, por exemplo. A Rússia, por sua vez, concorda que o fim está próximo, mas mantém sua exigência máxima: a retirada de tropas ucranianas do Donbass.
O segundo e mais impactante vetor no dia é o mercado de commodities, notadamente o petróleo. Os preços do barril registram alta superior a 1,5%, impulsionados pela escalada das tensões entre Estados Unidos e Venezuela, que afetam diretamente o tráfego de petroleiros e a oferta global. Para uma economia como a brasileira, que não é grande exportadora líquida de petróleo, a alta da commodity tem um efeito ambíguo. Por um lado, beneficia empresas do setor de energia e recursos básicos listadas na bolsa, podendo dar algum suporte ao Ibovespa. Por outro, alimenta pressões inflacionárias globais e fortalece o dólar como ativo refúgio, contribuindo para a valorização da moeda americana frente ao real.
O terceiro fator é a expectativa de política monetária. O Federal Reserve reduziu sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual em sua última reunião, levando-a para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, o menor patamar desde setembro de 2022. Nesta semana, o mercado aguarda a divulgação da ata dessa reunião, buscando pistas sutis sobre o ritmo e a intensidade dos próximos cortes de juros nos EUA. Qualquer sinal mais “hawkish” (austero) do que o esperado pode fortalecer o dólar no cenário global, enquanto uma sinalização “dovish” (acomodatícia) poderia aliviar a pressão sobre as moedas emergentes, como o real. Em um ambiente de liquidez escassa, a reação a esses nuances pode ser exacerbada.
A Agenda Doméstica: Focus, Emprego E O Fantasma Fiscal
No front interno, uma série de dados e notícias molda a percepção de risco e influencia a demanda por dólar. Logo no início do dia, o Banco Central divulgou mais uma edição do Boletim Focus. O relatório trouxe um dado positivo: a projeção de inflação para 2025 foi reduzida pela sétima semana consecutiva, para 4,32%, mantendo-se abaixo do teto da meta de 4,5%. Para 2026, a expectativa também recuou levemente, para 4,05%. Esse cenário de inflação sob controle, em tese, poderia abrir espaço para discussões futuras sobre um ciclo de cortes da Selic, atualmente em 15% ao ano. No entanto, essa é uma perspectiva de médio prazo e, no curto prazo, o foco do mercado está em outros indicadores mais imediatos.
A agenda da semana ainda reserva dados cruciais sobre o mercado de trabalho. O IBGE divulga, nesta terça-feira (30), a taxa de desemprego referente a novembro. No mesmo dia, o Ministério do Trabalho publica o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mede a geração de emprego formal. Um mercado de trabalho consistentemente aquecido, com desemprego em baixos históricos, é um dos pilares do consumo interno, mas também representa uma pressão inflacionária estrutural que limita a capacidade do Banco Central em afrouxar a política monetária de forma acelerada. Dados muito robustos podem ser interpretados como negativos para os juros futuros e, consequentemente, para o câmbio, no curto prazo.
A questão fiscal permanece como pano de fundo de todas as análises. Recentemente, o presidente Lula sancionou, com vetos, o PLP 128/2025, medida que reduz benefícios tributários em 10% e amplia a tributação sobre apostas eletrônicas, fintechs e JCP (Juros sobre Capital Próprio). A medida tem impacto relevante sobre a meta fiscal de 2026 e é vista como um passo necessário, ainda que modesto, na direção de um ajuste. No entanto, o mercado também acompanha outros desdobramentos, como a acareação no Banco Central envolvendo o diretor de Fiscalização, e projeta um déficit primário de R$ 13,25 bilhões para o governo central em novembro. A persistência de um Risco Brasil elevado, alimentado pela trajetória de crescimento da dívida pública, continua a exigir um prêmio de juros alto e a tornar o real vulnerável a ataques especulativos em momentos de aversão global ao risco.
Mercados Globais: Cautela E Ausência De Direção Única
O cenário internacional de bolsas e moedas reflete a indecisão e a baixa liquidez. Em Wall Street, os futuros dos principais índices operavam em baixa antes da abertura, frustrando expectativas por um tradicional “rali de Papai Noel” – a tendência de alta no final do ano. A correção no setor de tecnologia, após fortes ganhos recentes, puxa o mercado para baixo.
Na Europa, os índices atingiram níveis recordes, embora com movimentos laterais. O STOXX 600 oscilava levemente no positivo, sustentado por setores como recursos básicos (que acompanham a alta das commodities), tecnologia e saúde. Na Ásia, o cenário foi misto: o índice de Xangai fechou com ganho mínimo, registrando seu nono pregão consecutivo de alta, impulsionado por estímulos chineses ao consumo. Por outro lado, mercados como Hong Kong e Tóquio fecharam no vermelho. Esa falta de uma tendência global clara contribui para que os investidores adotem uma postura mais defensiva, muitas vezes buscando a liquidez e a segurança relativa do dólar americano.
Perspectivas Para Os Próximos Pregões: Volatilidade Técnica E Catalisadores Pontuais
A última semana de 2025, encurtada pelo feriado de Ano Novo, tende a ser dominada por movimentos técnicos e por reações a catalisadores pontuais. A liquidez será drasticamente reduzida, com fechamentos antecipados ou totais em diversos centros financeiros ao longo da quarta-feira (31) e quinta-feira (01). Na quarta, por exemplo, o mercado de Treasuries fecha mais cedo, a B3 (bolsa brasileira) não abre, e bolsas como as da França e do Reino Unido também terão horários reduzidos. Mercados como Alemanha, Itália e Japão estarão totalmente fechados.
Nesse ambiente, eventos como a divulgação da ata do Fed, os dados de emprego no Brasil e quaisquer novos desdobramentos nas tensões geopolíticas (Ucrânia, Venezuela, Taiwan) têm o poder de causar movimentos desproporcionais. O suporte técnico para o dólar parece firmar-se acima de R$ 5,54, enquanto a resistência imediata está na região dos R$ 5,58-5,60. Para o Ibovespa, o suporte principal está na região dos 160.000 pontos, e a resistência nos máximos históricos próximos a 161.500 pontos.
Commodities, especialmente petróleo e minério de ferro (este último beneficiado pelo anúncio chinês de expansão de gastos fiscais), podem oferecer algum suporte aos ativos brasileiros. No entanto, a cautela predominante em Nova York e o cenário fiscal doméstico devem limitar qualquer movimento de alta mais vigoroso no real ou na bolsa.
Conclusão: Um Fechamento De Ano Sob O Signo Da Precaução
A cotação do dólar a R$ 5,58 nesta segunda-feira, 29 de dezembro, sintetiza um momento de transição e precaução. O mercado opera com liquidez escassa, reagindo a vetores externos voláteis – como a geopolítica e o petróleo – e digerindo indicadores domésticos mistos – inflação em queda, mas pressões fiscais e de emprego persistentes.
No curto prazo, a volatilidade deve ser a regra. Investidores e empresas com exposição cambial devem manter hedges conservadores e estar preparados para oscilações bruscas em ambos os sentidos, amplificadas pelo volume anêmico de negócios. A alta do dólar em dezembro, após um ano de valorização do real, serve como um lembrete de que a moeda brasileira permanece sensível a choques externos e à percepção sobre a sustentabilidade das políticas econômicas internas.
O grande teste para a trajetória do câmbio em 2026, entretanto, já começa a se desenhar. A capacidade do próximo governo, seja ele qual for, em sinalizar um ajuste fiscal crível será o fator determinante para reduzir o Risco Brasil e permitir um ciclo de juros mais baixos e um real mais estável. Enquanto essa sinalização não se consolida, o dólar encontrará terreno fértil para se manter em patamares elevados, intercalando momentos de alívio com fases de forte pressão, como a que se observa no fechamento de 2025.
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