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Dólar Cai Para R$ 5,38: Desaceleração do Brasil e Dados dos EUA Ditam o Ritmo do Câmbio
Resumo:Por volta das 10h25, a moeda americana era cotada a R$ 5,3904 na venda, uma queda de 0,37%, chegando a tocar a mínima do dia em R$ 5,3809. Essa performance colocou o real entre as dez moedas mais valorizadas do mundo na sessão, evidenciando uma percepção diferenciada dos investidores sobre o ativo brasileiro, mesmo em um cenário de risco. O euro seguia a mesma trajetória de baixa contra o real, sendo negociado a R$ 6,3383, com uma desvalorização de 0,24%.

Publicado em 15/12/2025
A segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, começou com uma nota de alívio para os brasileiros que acompanham o mercado financeiro. O dólar apresentou queda consistente frente ao real, acompanhando um movimento mais amplo de desvalorização da moeda norte-americana nos mercados internacionais. No entanto, fatores internos específicos do Brasil, como dados econômicos abaixo do esperado, ajudaram a impulsionar uma valorização do real ainda mais acentuada do que a média global. Por volta das 10h25, a moeda americana era cotada a R$ 5,3904 na venda, uma queda de 0,37%, chegando a tocar a mínima do dia em R$ 5,3809. Essa performance colocou o real entre as dez moedas mais valorizadas do mundo na sessão, evidenciando uma percepção diferenciada dos investidores sobre o ativo brasileiro, mesmo em um cenário de risco. O euro seguia a mesma trajetória de baixa contra o real, sendo negociado a R$ 6,3383, com uma desvalorização de 0,24%.
O cenário externo foi o primeiro grande catalisador do movimento. O índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, registrava queda de 0,16%, aos 98,241 pontos, indicando uma pressão vendedora generalizada sobre a divisa americana. Analistas do Banco ING destacaram que o dólar iniciava uma das últimas grandes semanas de negociação do ano em tom mais fraco, com expectativa de que o DXY se consolidasse na faixa entre 98,00 e 98,50 pontos. Além do iene, que se fortaleceu com expectativas de alta de juros no Japão, o dólar também perdia terreno para o euro, a libra esterlina e para pares emergentes como o peso mexicano e o peso chileno.
No entanto, o foco principal dos agentes de mercado no Brasil rapidamente se voltou para dados domésticos recém-divulgados. O Banco Central (BC) informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma queda de 0,20% em outubro na comparação com setembro, após ajustes sazonais. Este resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava, segundo pesquisa da Reuters, uma alta de 0,10%. Na comparação com outubro de 2024, o indicador avançou apenas 0,4%, e no acumulado em doze meses, o crescimento ficou em 2,5% (série sem ajuste sazonal). Este foi mais um sinal concreto de que a economia brasileira está em processo de desaceleração, um fator que vem ganhando peso nas decisões de investimento.
A percepção de uma atividade econômica mais fraca reforçou, paradoxalmente, as apostas dos investidores de que o Banco Central brasileiro terá espaço e motivação para promover novos cortes na taxa básica de juros, a Selic, já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em janeiro de 2026. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, enquanto a taxa de juros básica dos Estados Unidos, definida pelo Federal Reserve (Fed), está na faixa de 3,50% a 3,75%. Este diferencial de juros ainda bastante significativo entre os dois países foi amplamente citado por operadores como um atrativo fundamental para o real. Mesmo com a expectativa de cortes futuros, a rentabilidade oferecida pelos ativos brasileiros em reais continua elevada em termos globais, atraindo capitais estrangeiros e exercendo pressão de baixa sobre o dólar. A manutenção desse fluxo de capital é vista como um dos elementos que tem contido a cotação da moeda americana em patamares relativamente mais baixos nas últimas sessões.
A agenda da semana também concentra a atenção do mercado. Na terça-feira (16), será divulgada a ata da última reunião do Copom, que pode trazer nuances sobre o pensamento dos diretores em relação ao ritmo futuro dos cortes de juros. Na quinta-feira (18), o Relatório de Política Monetária do BC será publicado, acompanhado de coletiva de imprensa do presidente da autarquia, Gabriel Galípolo. Esses eventos são aguardados para fornecer mais clareza sobre a trajetória da política monetária brasileira para 2026, diretamente impactante para o câmbio.
Nos Estados Unidos, a semana será marcada pela divulgação de uma série de dados econômicos atrasados devido a uma recente paralisação do governo. O relatório de empregos (payroll) de novembro será publicado na terça-feira, e os números da inflação (IPC) saem na quinta. Esses indicadores fornecerão uma visão há muito esperada da saúde da maior economia do mundo e serão cruciais para as expectativas sobre os próximos movimentos do Fed. Vale lembrar que, na semana passada, o Fed cortou as taxas de juros, mas o presidente Jerome Powell sinalizou que é improvável que os juros caiam ainda mais no curto prazo, à espera de maior clareza econômica. Além disso, declarações do presidente Donald Trump sobre sua inclinação em nomear o ex-governador do Fed, Kevin Warsh, ou o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, para liderar o banco central no ano seguinte, adicionam uma camada de incerteza política ao cenário futuro.
Em meio a esses movimentos de curto prazo, é fundamental contextualizar o momento atual dentro da tendência histórica recente do dólar. O ano de **2024 foi marcado por uma forte valorização da moeda americana frente ao real, o maior crescimento anual desde 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19. No final daquele ano, o dólar chegou a atingir picos históricos acima de R$ 6,26. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a classificar como “corretas” as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio realizadas na época para suavizar a volatilidade. A escalada foi atribuída a uma combinação de fatores, incluindo o cenário global de aversão ao risco, políticas fiscais domésticas e a alta dos juros nos EUA.
Olhando para a projeção em 2025, a maioria dos analistas acredita que boa parte dos fatores que levaram ao crescimento do dólar no ano anterior devem se manter. A expectativa consensual, no entanto, é de que a cotação da moeda se estabilize em um patamar elevado, mas com uma leve queda no valor nominal ao longo do ano. A tendência média de mercado aponta para uma cotação ao redor dos R$ 5,80. O economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), explica que um câmbio elevado pressiona o preço de itens comercializados mundialmente, que podem ser importados ou exportados. “É uma questão que pode ganhar cada vez mais impulso à medida que o câmbio vem batendo novos recordes e se consolidando em patamar cada vez mais alto. À medida que o tempo passa, as transações comerciais vão acontecendo com uma nova taxa de câmbio e isso vai sendo repassado gradualmente para os preços”, afirma.
Este repasse cambial para os preços internos é um dos principais mecanismos pelos quais um dólar alto impacta a vida do brasileiro. Na prática, o efeito é em cascata: primeiro, eleva os custos de produção para empresas que utilizam insumos importados ou têm dívidas em moeda estrangeira. Em seguida, com a necessidade de repassar parte desse aumento, os consumidores enfrentam valores mais altos no varejo. Itens do dia a dia, como gasolina, pão e café, podem ficar mais caros, assim como produtos eletrônicos e viagens internacionais. Com preços mais altos disseminados pela economia, a inflação tende a acelerar, criando um desafio adicional para a política monetária. Portanto, a trajetória do dólar não é apenas uma variável financeira, mas um determinante direto do poder de compra e da estabilidade de preços no país.
No mercado de futuros, o movimento de baixa também se fez presente. O contrato de dólar futuro para janeiro de 2026 — atualmente o mais líquido negociado na B3 — recuava 0,31%, sendo cotado a R$ 5,4125. Para auxiliar no ajuste das posições dos agentes, o Banco Central anunciou a realização de um leilão de swap cambial às 11h30, envolvendo 50.000 contratos para rolagem do vencimento de 2 de janeiro. Essas operações são rotineiras e têm o objetivo de prover hedge (proteção) ao mercado e garantir a suavidade do mercado de câmbio futuro.
Em resumo, a queda do dólar para próximo de R$ 5,38 em 15 de dezembro de 2025 é o resultado da convergência de dois grandes vetores. Internamente, os dados de atividade fracos (IBC-Br) fortalecem a narrativa de cortes de juros pelo BC, mas o diferencial de juros ainda colossal em relação aos EUA mantém o real como um ativo de renda fixa atraente. Externamente, uma desvalorização ampla do dólar no mundo, impulsionada por expectativas de alta de juros no Japão e pela antecipação de dados econômicos nos EUA, criou o ambiente perfeito para uma valorização acentuada do real. A semana, repleta de eventos como a ata do Copom e o Relatório de Inflação dos EUA, promete manter a volatilidade e dar novos direcionamentos para o par USD/BRL. Enquanto isso, as projeções para 2025 seguem apontando para um cenário de câmbio ainda alto, porém estável, com o dólar orbitando a região dos R$ 5,80, mantendo a pressão inflacionária e o desafio contínuo para consumidores e formuladores de políticas econômicas.

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