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Dólar Cai com Fim do Shutdown nos EUA e Melhora do Humor Global
Resumo:Às 9h12, o dólar à vista era negociado a R$ 5,284, em queda de 0,15%, enquanto o contrato futuro para dezembro recuava 0,25%, cotado a R$ 5,301 na B3. O movimento é acompanhado de um clima de cauteloso otimismo, com investidores observando a retomada das atividades administrativas dos Estados Unidos e a volta da publicação de indicadores econômicos que haviam sido interrompidos durante os 43 dias de paralisação governamental.

Publicado em 13/11/2025
A quinta-feira, 13 de novembro de 2025, começou com o dólar em leve queda frente ao real, refletindo um movimento sincronizado com o exterior após o fim do shutdown do governo norte-americano, encerrado na noite anterior pelo presidente Donald Trump. O alívio político em Washington, somado ao avanço das bolsas globais, abriu espaço para um ambiente de maior apetite por risco, impulsionando moedas emergentes, inclusive o real brasileiro.
Às 9h12, o dólar à vista era negociado a R$ 5,284, em queda de 0,15%, enquanto o contrato futuro para dezembro recuava 0,25%, cotado a R$ 5,301 na B3. O movimento é acompanhado de um clima de cauteloso otimismo, com investidores observando a retomada das atividades administrativas dos Estados Unidos e a volta da publicação de indicadores econômicos que haviam sido interrompidos durante os 43 dias de paralisação governamental.
O Impacto do Fim da Paralisação do Governo Americano
O encerramento do shutdown mais longo da história dos EUA removeu uma das principais incertezas que vinham travando o mercado. O projeto de lei sancionado por Trump garante o financiamento do governo e permite que órgãos federais retomem suas funções após quase sete semanas de paralisação, período em que serviços essenciais, como controle aéreo e estatísticas econômicas, foram afetados.
A notícia foi bem recebida pelos mercados globais: os futuros de Nova York operaram em leve alta, com o Dow Jones e o S&P 500 próximos de suas máximas históricas, enquanto o Nasdaq recuou marginalmente, refletindo ajustes no setor de tecnologia.
Na Europa, os principais índices também reagiram de forma positiva — o CAC 40 (França) subia 0,73%, enquanto o FTSE 100 (Reino Unido) e o DAX (Alemanha) mostravam leves quedas, apontando para uma sessão de consolidação.
Em Xangai, o índice local atingiu o maior nível desde 2015, com o CSI300 avançando 1,21%, impulsionado por papéis do setor de novas energias e expectativas positivas para os próximos dados chineses de vendas no varejo e produção industrial.
O fim da paralisação também devolve ao Federal Reserve (Fed) o acesso a relatórios cruciais, como emprego (payroll) e inflação (CPI), que estavam atrasados. Isso reaquece as discussões sobre o rumo da política monetária americana — especialmente quanto à possibilidade de um novo corte de juros em dezembro, tema que já domina as expectativas do mercado.
Cotação do Dólar: Queda Controlada e Olhos na Política Monetária
Com a normalização do governo americano, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, cai 0,2%, sendo negociado a 99,150, próximo ao menor nível em um mês.
O dólar comercial opera em:
- Compra: R$ 5,283
- Venda: R$ 5,284
Já o dólar turismo é negociado a:
- Compra: R$ 5,305
- Venda: R$ 5,485
Apesar da leve valorização de ontem, quando subiu 0,35% e fechou a R$ 5,2932, a moeda americana acumula queda de 0,82% na semana, -1,63% no mês e -14,36% no ano, consolidando o melhor desempenho do real em 2025 entre as principais moedas emergentes.
Essa trajetória reflete não apenas o fator político internacional, mas também a melhora dos fundamentos internos do Brasil, com inflação em desaceleração, ciclo de cortes da Selic esperado para 2026, e retomada gradual do comércio exterior.
Reunião Brasil–EUA e Questões Comerciais
Enquanto os Estados Unidos retomam sua rotina política, o chanceler brasileiro Mauro Vieira se reúne em Washington com o secretário de Estado Marco Rubio para discutir as tarifas impostas pelo governo Trump sobre produtos brasileiros, como aço, carne e café, que chegaram a 50%, afetando cerca de 60% das exportações nacionais desde agosto.
A reunião é considerada estratégica para a diplomacia brasileira, pois ocorre em um momento de tentativa de reaproximação bilateral e negociação de novas condições comerciais.
Uma eventual redução tarifária pode impactar positivamente o setor industrial e agroexportador, com reflexos diretos sobre a balança comercial e o fluxo cambial — fatores decisivos para a trajetória do real nos próximos meses.
O Papel do Banco Central e os Próximos Passos da Política Monetária
No plano doméstico, o Banco Central do Brasil segue atuando para conter a volatilidade. Nesta quinta-feira, está previsto um leilão de 45 mil contratos de swap cambial para rolagem de vencimentos, medida que visa suavizar oscilações no câmbio sem alterar diretamente o nível das reservas internacionais.
O presidente Gabriel Galípolo manteve tom prudente em recentes declarações, evitando sinalizar o início do ciclo de cortes da Selic, mas reconhecendo que a inflação em desaceleração e a estabilidade fiscal abrem espaço para discussões futuras sobre afrouxamento monetário.
Economistas afirmam que o real tende a continuar se fortalecendo se a política monetária americana permanecer estável e a inflação brasileira continuar convergindo para a meta de 4,5%.
Indicadores Econômicos: Varejo e Atividade Interna em Foco
O IBGE divulgou nesta manhã a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de setembro, mostrando que o varejo brasileiro caiu 0,3% em relação a agosto, após leve alta de 0,1% no mês anterior.
O resultado frustrou expectativas do mercado, que projetava alta de 0,3%, e pode reforçar apostas em medidas de estímulo econômico.
Apesar da queda mensal, o varejo ainda acumula alta de 1,5% no ano e 2,1% nos últimos 12 meses, sustentado por serviços essenciais e itens farmacêuticos, que subiram 1,3% no período.
A queda nas vendas de combustíveis (-0,9%), vestuário (-1,2%) e livros (-1,6%) sinaliza cautela do consumidor diante da lenta recuperação da renda real.
No chamado varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, houve leve alta de 0,2%, mas o acumulado do ano segue negativo em -0,3%, refletindo o impacto dos juros ainda elevados sobre o consumo parcelado.
Ibovespa Renova Máximas com Apoio Externo
Enquanto o dólar perde força, o Ibovespa segue seu rali e renova recordes, acumulando alta de 2,32% na semana, 5,41% no mês e 31,05% no ano;
O avanço é sustentado por entradas de capital estrangeiro, otimismo com a agenda fiscal brasileira e o cenário político internacional mais estável.
A tendência é de continuidade, caso o ambiente global permaneça favorável e o Federal Reserve adote postura mais branda nas próximas reuniões.
Panorama Internacional: Moedas, Commodities e Criptomoedas
Com o fim do shutdown, o apetite por risco global aumentou e o dólar perdeu terreno frente às principais moedas:
- EUR/USD: +0,22%, cotado a 1,1612;
- GBP/USD: +0,28%, em 1,3133, mesmo após dados fracos do PIB britânico (+0,1% no 3º tri);
- USD/JPY: -0,08%, negociado a ¥154,77, após a moeda japonesa tocar o nível de ¥155, próximo de zona de intervenção governamental;
- USD/CNY: -0,20%, em 7,0966, após forte fixação cambial do Banco Popular da China.
Nos mercados de commodities, o ouro segue valorizado, operando acima de US$ 4.200, enquanto a prata sobe para US$ 54, próxima de seu recorde histórico recente. Já o petróleo Brent estabiliza após queda de 4% na véspera, em meio ao excesso de oferta global.
Entre os ativos digitais, o Bitcoin tenta se recuperar, impulsionado pelo otimismo com o cenário macro, embora ainda preso a um padrão gráfico de consolidação.
Perspectivas e Riscos
Com o fim da crise orçamentária americana, o mercado global respira. No entanto, analistas alertam que a calmaria pode ser temporária.
Ainda há incertezas sobre a inflação dos EUA, ritmo de crescimento europeu e pressões políticas internas no Brasil.
Os próximos dias serão decisivos para confirmar se o real conseguirá sustentar o atual nível abaixo de R$ 5,30.
Caso os dados do CPI americano mostrem desaceleração, o dólar pode continuar a cair; porém, indicadores fortes de emprego ou consumo podem inverter o movimento rapidamente.
Enquanto isso, o Banco Central brasileiro deve continuar monitorando atentamente a volatilidade do câmbio, pronto para intervir se necessário.
Conclusão: Um Dia de Alívio, Mas Não de Euforia
O 13 de novembro de 2025 marca um momento de trégua nos mercados.
O fim do shutdown nos EUA, as negociações diplomáticas Brasil–EUA e o cenário macroeconômico relativamente estável criam um ambiente de otimismo moderado, em que o dólar recua, o real se fortalece e a bolsa brasileira avança.
Contudo, o ambiente segue sensível às surpresas de política monetária — tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Com uma semana repleta de indicadores relevantes, investidores e traders devem manter a cautela.
No curto prazo, o real parece ter espaço para consolidar ganhos, mas a tendência dependerá, mais uma vez, da trajetória dos juros americanos e da capacidade do governo brasileiro de manter o equilíbrio fiscal.
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