Resumo:O início da semana de 25 de agosto de 2025 marca um momento de estabilidade relativa no câmbio, após dias de forte volatilidade. O dólar à vista era negociado a R$ 5,428, em leve alta de 0,03% sobre o fechamento anterior, quando havia recuado quase 1%, a R$ 5,4227. Já os contratos futuros da B3 registravam valorização de 0,06%, cotados a R$ 5,440.

Publicado em 25/08/2025
Sumário
- Introdução
- Qual a cotação do dólar hoje?
- Impacto do simpósio de Jackson Hole e do discurso de Powell
- O impasse comercial Brasil-EUA
- Política monetária do Fed: expectativas para 2025
- O papel do Banco Central do Brasil no câmbio
- DXY: o termômetro global do dólar
- Efeitos do câmbio sobre a economia brasileira
- Oportunidades e riscos para traders de Forex
- Estratégias de gestão de risco
- Projeções de médio e longo prazo para o dólar
- Conclusão
O início da semana de 25 de agosto de 2025 marca um momento de estabilidade relativa no câmbio, após dias de forte volatilidade. O dólar à vista era negociado a R$ 5,428, em leve alta de 0,03% sobre o fechamento anterior, quando havia recuado quase 1%, a R$ 5,4227. Já os contratos futuros da B3 registravam valorização de 0,06%, cotados a R$ 5,440.
Essa oscilação discreta reflete um mercado que aguarda definições macroeconômicas, sobretudo vindas do exterior, mas que também carrega incertezas domésticas. O pano de fundo envolve a política monetária do Federal Reserve (Fed), o conflito diplomático e comercial entre Brasil e Estados Unidos e as perspectivas de crescimento global.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial abre o dia cotado a R$ 5,426 na compra e R$ 5,428 na venda, enquanto o dólar turismo aparece em R$ 5,483 (compra) e R$ 5,663 (venda). A diferença entre as cotações reflete custos adicionais como impostos e margens bancárias, que impactam diretamente consumidores e turistas brasileiros.
No exterior, o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas fortes, subia 0,08%, alcançando 97,926 pontos. Isso mostra que, apesar da estabilidade contra o real, o dólar ainda mantém leve força no cenário internacional.
Impacto do simpósio de Jackson Hole e do discurso de Powell
O discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, continua repercutindo nos mercados. Powell sinalizou a possibilidade de corte de juros em setembro, destacando a desaceleração gradual da inflação nos Estados Unidos.
Essa fala trouxe alívio aos emergentes, como o Brasil, que se beneficiam do enfraquecimento do dólar global. No entanto, a correção técnica desta segunda-feira mostra que investidores preferem adotar cautela até que novos dados de inflação (PCE de julho) e PIB do 2º trimestre sejam divulgados.
O impasse comercial Brasil-EUA
Um fator doméstico que adiciona pressão ao câmbio é a tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros. Desde o anúncio, em julho, o governo Lula busca negociar isenções e acordos, mas as conversas não avançaram.
A fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçando que a solução proposta pelos EUA seria “constitucionalmente impossível”, indica que a disputa deve se prolongar. Isso gera incerteza para exportadores e mantém o real sob pressão.
Política monetária do Fed: expectativas para 2025
O mercado precifica 70% de chance de corte de 0,25 ponto percentual em setembro e mais uma redução de mesma magnitude até dezembro.
Se confirmadas, essas medidas podem reduzir a atratividade dos Treasuries, direcionando capital para emergentes. Porém, qualquer sinal de que o Fed pode ser mais agressivo no combate à inflação levaria a uma valorização imediata do dólar.
O papel do Banco Central do Brasil no câmbio
O Banco Central brasileiro continua atuando para suavizar a volatilidade. Nesta segunda-feira, anunciou leilão de até 25.500 contratos de swap cambial tradicional para rolagem de vencimentos.
Esse tipo de intervenção ajuda a prover hedge para investidores e a reduzir pressões especulativas no mercado, evitando movimentos bruscos no preço da moeda.
DXY: o termômetro global do dólar
O DXY é um dos indicadores mais seguidos por traders de Forex. Um DXY em queda tende a favorecer moedas emergentes, como o real. Já um movimento de alta, como o atual, reforça a força global do dólar.
Atualmente, o índice opera em 97,926 pontos, ainda distante das máximas recentes de 2024, quando superou os 103 pontos. Essa trajetória mostra que, embora o dólar tenha perdido parte da força, ainda mantém vantagem frente a divisas globais.
Efeitos do câmbio sobre a economia brasileira
Um dólar mais caro impacta diretamente a inflação. Produtos importados ficam mais caros, pressionando setores como combustíveis, alimentos e eletrônicos. Isso pode obrigar o Banco Central a manter a taxa Selic em patamares elevados, prejudicando a atividade econômica.
Por outro lado, exportadores agrícolas e de commodities metálicas tendem a ser beneficiados, já que recebem mais reais por cada dólar exportado. Isso ajuda a balança comercial, mas aumenta o risco de inflação de alimentos no mercado interno.
Oportunidades e riscos para traders de Forex
Para traders de Forex, o atual cenário de volatilidade moderada abre espaço para operações táticas de curto prazo. O par USD/BRL segue sensível a notícias políticas e econômicas, enquanto o DXY serve como guia para entender tendências globais.
Oportunidades incluem:
- Operações intraday aproveitando oscilações pontuais.
- Estratégias de carry trade, dependendo da diferença de juros Brasil-EUA.
- Uso de pares correlacionados, como EUR/USD e GBP/USD, que sofrem influência direta do DXY.
No entanto, os riscos permanecem elevados:
- Escalada nas tensões Brasil-EUA.
- Sinais mais duros do Fed contra a inflação.
- Volatilidade em commodities, como petróleo e soja, que afetam termos de troca brasileiros.
Estratégias de gestão de risco
Diante desse ambiente, recomenda-se aos traders:
- Utilizar stop-loss rigorosos em operações de curto prazo.
- Diversificar posições em diferentes pares de moedas.
- Empregar hedge cambial para proteger portfólios em reais.
- Evitar exposição excessiva em semanas de eventos decisivos, como anúncios do Fed ou divulgação de dados de inflação.
Projeções de médio e longo prazo para o dólar
Analistas projetam o dólar em torno de R$ 5,80 até o fim de 2025, com tendência de maior volatilidade nos próximos meses.
A trajetória dependerá de três fatores principais:
- Política monetária do Fed – cortes de juros podem aliviar a pressão sobre emergentes.
- Cenário político e fiscal do Brasil – incertezas com reformas e gastos públicos podem pesar sobre o real.
- Geopolítica internacional – conflitos comerciais e guerras seguem como riscos para fluxos de capitais.
Conclusão
O dia 25/08/2025 reforça que o dólar opera em estabilidade aparente, mas sob um pano de fundo carregado de riscos e incertezas. Para investidores de Forex, o momento exige disciplina, gestão de risco e leitura cuidadosa do cenário internacional.
Com o real ainda vulnerável às tensões externas e à agenda doméstica, estratégias de diversificação e proteção cambial são fundamentais. O investidor que souber equilibrar prudência com agilidade poderá aproveitar as oportunidades que o câmbio continuará oferecendo até o fim do ano.
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