Resumo:Este artigo, analisa a cotação mais recente do dólar, os fatores que influenciam o USD/BRL e as perspectivas para sua oscilação, oferecendo insights para traders brasileiros navegarem nesse cenário de incerteza.

22/06/2025 - 15:00
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O dólar comercial, neste domingo (22 de junho), está sendo cotado a R$ 5,51 em meio à escalada do conflito no Oriente Médio. A volatilidade do par USD/BRL reflete a interação entre fatores domésticos, como a recente alta da Selic para 15% pelo Banco Central do Brasil (BC), e eventos globais, incluindo a recente intervenção dos EUA no conflito no Oriente Médio. Este artigo, analisa a cotação mais recente do dólar, os fatores que influenciam o USD/BRL e as perspectivas para sua oscilação, oferecendo insights para traders brasileiros navegarem nesse cenário de incerteza.
Cotação Recente do Dólar
Na sexta-feira (20/06), o USD/BRL apresentou um movimento de alta moderada, fechando a R$ 5,524, um aumento de 0,45% em relação ao dia anterior. Durante a sessão, o dólar oscilou entre uma mínima de R$ 5,4771 (-0,44%) às 10h24, impulsionada pela reação inicial à alta da Selic, e uma máxima de R$ 5,5287 (+0,50%) na parte da tarde, refletindo a aversão ao risco global. Apesar do ganho diário, o dólar acumulou uma queda de 0,26% na semana e um declínio de 10,55% no ano, segundo dados da B3.
O Ibovespa, por sua vez, caiu 1,15%, fechando a 137.116 pontos, pressionado por ações de empresas de consumo, como Petz (-5,41%) e Magazine Luiza (-5,35%), e pela Vale (-2,58%), impactadas pela perspectiva de juros altos por um período prolongado. As bolsas de Nova York também registraram perdas, com o S&P 500 caindo 0,22% e o Nasdaq recuando 0,51%, refletindo preocupações com tensões comerciais e geopolíticas.
Hoje, domingo (22/06), o USD/BRL se mantém estável, sendo cotado a R$ 5,513, apresentando um leve aumento de 0,39%.
Fatores Domésticos Influenciando o USD/BRL
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic para 15%, o maior patamar desde 2006, surpreendeu o mercado, que esperava uma manutenção da taxa. O BC adotou um tom hawkish, sinalizando a manutenção da taxa em 15% na reunião de julho para avaliar os impactos acumulados, mas deixou a porta aberta para novas altas, caso necessário. Essa postura aumenta o diferencial de juros entre o Brasil e outros países, atraindo capital estrangeiro e, em tese, fortalecendo o real.
No entanto, os juros futuros mostraram movimentos mistos, com alta nos vértices curtos (ex.: DI janeiro 2026 a 14,96%) e queda nos longos (ex.: DI janeiro 2029 a 13,39%), refletindo a expectativa de pausa no ciclo de aperto monetário. A inflação brasileira, em 5,49% ao ano, acima da meta de 3%, reforça a necessidade de uma política monetária restritiva, o que pode continuar a sustentar o real no curto prazo.
Impacto do Conflito no Oriente Médio
A escalada do conflito entre Irã e Israel, intensificada pelos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas em 21 de junho de 2025, trouxe aversão ao risco aos mercados globais. O Irã retaliou com mísseis contra alvos em Israel, e a possibilidade de bloqueio do Estreito de Hormuz ameaça o fornecimento de 20% do petróleo mundial, elevando o Brent em 11% desde 12 de junho. Apesar de um alívio pontual após a Casa Branca indicar que Trump decidirá sobre uma intervenção direta em duas semanas, o mercado permanece cauteloso.
O dólar ganhou força como ativo de refúgio, subindo 0,13% no índice DXY (que mede o dólar contra uma cesta de moedas) na sexta-feira, para 98,799. No entanto, sua reação foi limitada, com um aumento de apenas 0,25% no índice DXY na semana, sugerindo uma erosão do status de refúgio do dólar, conforme apontado por analistas como Jeremy Stretch (CIBC Capital Markets). Esse comportamento reflete a desvalorização de 10% do dólar em 2025, impulsionada por preocupações com as políticas comerciais de Trump.
No USD/BRL, a baixa liquidez de sexta-feira amplificou a volatilidade, com operadores buscando o dólar como proteção antes do fim de semana, segundo Alexandre Viotto (EQI Investimentos). A possibilidade de intervenção dos EUA no conflito mantém o mercado em alerta, podendo pressionar o USD/BRL para cima caso as tensões escalem.
Perspectivas para o USD/BRL
As perspectivas para o USD/BRL dependem da interação entre fatores domésticos e globais:
- Cenário Otimista (USD/BRL em queda):
- Condição: Se o Irã optar por negociações diplomáticas, como sugerido por alguns analistas, e o Estreito de Hormuz permanecer aberto, o petróleo pode estabilizar, reduzindo a pressão inflacionária. A Selic em 15% atrairá capital estrangeiro, fortalecendo o real.
- Projeção: O USD/BRL pode testar o suporte em R$ 5,40, com mínima em R$ 5,37 (menor nível em 52 semanas).
- Exemplo: A queda do USD/BRL para R$ 5,48 em 16/06/2025, após dados positivos da China, ilustra o impacto de alívio geopolítico.
- Cenário Pessimista (USD/BRL em alta):
- Condição: Um bloqueio do Estreito de Hormuz ou ataques a infraestruturas no Golfo Pérsico podem elevar o Brent a US$ 100, aumentando a inflação no Brasil e pressionando o real. O dólar pode se fortalecer como refúgio, apesar de sua recente fraqueza.
- Projeção: O USD/BRL pode romper a resistência em R$ 5,80, mirando R$ 6,00 ou mais, próximo ao pico de R$ 6,31 em dezembro de 2024.
- Exemplo: A alta do USD/BRL para R$ 6,26 em 2024 reflete o impacto de choques externos.
- Cenário Base (Oscilação Moderada):
- Condição: Com o conflito contido e sem interrupções no fornecimento de petróleo, o USD/BRL deve oscilar entre R$ 5,40 e R$ 5,80, sustentado pela Selic alta, mas pressionado por manchetes geopolíticas.
- Projeção: O par deve permanecer volátil, com movimentos diários de 0,5-1%, refletindo a baixa liquidez e a cautela do mercado.
Estratégias para Traders Brasileiros
Para navegar a volatilidade do USD/BRL, traders podem adotar as seguintes estratégias:
- Monitorar o Calendário Econômico e Geopolítico:
- Acompanhe publicações como IPC, decisões do Fed e Copom, além de notícias sobre o Estreito de Hormuz via Reuters ou WikiFX. Uma intervenção dos EUA pode impulsionar o USD/BRL.
- Exemplo: Posicione-se para uma alta do USD/BRL se o Irã anunciar retaliações, usando stop loss em R$ 5,50.
- Scalping em Dias de Alta Volatilidade:
- Aproveite movimentos de 20-50 pips em timeframes curtos (1H, 5M) após eventos como discursos de Trump ou ataques no Oriente Médio. Defina take profit e stop loss apertados.
- Exemplo: Compre USD/BRL na mínima de R$ 5,47, mirando R$ 5,52, como visto em 20/06/2025.
- Análise Técnica Combinada:
- Use médias móveis (EMA 200) e níveis de suporte/resistência (R$ 5,40 e R$ 5,80) para confirmar entradas. Um RSI acima de 70 pode indicar sobrecompra.
- Exemplo: Venda USD/BRL se o par atingir R$ 5,80 com RSI elevado, mirando R$ 5,60.
- Gestão de Risco:
- Limite a alavancagem a 1:10 e arrisque no máximo 1-2% do capital por trade. Escolha corretoras regulamentadas, verificando a reputação na WikiFX, para evitar golpes forex.
- Exemplo: Em um trade no USD/BRL, defina stop loss em R$ 5,45 e take profit em R$ 5,60.
Conclusão
A cotação do dólar em R$ 5,524 reflete a tensão entre a Selic elevada (15%), que fortalece o real, e a aversão ao risco impulsionada pelo conflito no Oriente Médio. As perspectivas para o USD/BRL variam de uma queda para R$ 5,40 em um cenário de alívio geopolítico a uma alta para R$ 6,00 caso o conflito escale. Traders brasileiros devem combinar análise técnica, monitoramento de notícias geopolíticas e gestão de risco para lucrar com a volatilidade, enquanto evitam corretoras não regulamentadas. A WikiFX recomenda cautela e disciplina em um mercado sensível a manchetes.
Palavras-chave: Dólar, USD/BRL, Selic, Conflito Irã-Israel, Oriente Médio, Petróleo, Inflação, Aversão ao Risco, Banco Central, Volatilidade, Estratégias de Trading, WikiFX.
